Ja fa un temps vaig penjar un post amb la cançó A vava inouva, d’Idir, i la història que per a mi representava. Val a dir que al desembre, que vaig ser a Tànger, vaig trobar el disc, i ara el puc sentir bé, sense la boira que suposava el cassette més que reproduït.
En el post explicava que jo vaig triar, per al disc de cançons seleccionades per una colla de gent que treballavem junts, la cançó A velha chica, cantada per Dulce Pontes i Waldemar Bastos.
Avui que he estat tota la tarda escoltant cançons brasileires i m’ha deixat melancònica, l’hi dedico un post exclusiu.
A Velha Chica
Antigamente a velha chica
vendia cola e gengibre
e lá pela tarde ela lavava a roupa
do patrão importante;
e nós os miúdos lá da escola
perguntávamos à vóvó Chica
qual era a razão daquela pobreza,
daquele nosso sofrimento.
Xé menino, não fala política,
não fala política, não fala política.
Mas a velha Chica embrulhada nos pensamentos,
ela sabia, mas não dizia a razão daquele sofrimento.
Xé menino, não fala política,
não fala política, não fala política.
E o tempo passou e a velha Chica, só mais velha ficou.
Ela somente fez uma kubata com teto de zinco, com teto de zinco.
Xé menino, não fala política, não fala política.
Mas quem vê agora
o rosto daquela senhora, daquela senhora,
só vê as rugas do sofrimento, do sofrimento, do sofrimento!
E ela agora só diz:
“- Xé menino, quando eu morrer, quero ver Angola viver em paz!
Xé menino, quando morrer, quero ver Angola e o Mundo em paz!”